quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Comunicação e Mercado de Trabalho




A sofisticação nos processos de comunicação levou o ser humano a alcançar o seu atual estágio evolutivo. E as transformações geradas pela comunicação na evolução da humanidade foram muito grandes. Desde a pré-história, com o desenvolvimento das primeiras palavras e línguas, passando pela criação da escrita até chegar ao processo de impressão de Gutenberg e a Internet a comunicação evoluiu, e juntamente com ela as formas de organização do trabalho. Nas primeiras estruturas de organização tribal, o trabalho estava ligado as etnoculturas e fazia parte da tradição e da estrutura social da aldeia e da etnia. Depois, com a evolução da agricultura e da criação de animais, as formas de trabalho se desenvolveram e as aldeias começaram a crescer a se transformar em cidades. Em comparação com o ambiente rural a urbe possibilita e exige que as pessoas se comuniquem mais e com mais freqüência. O trabalho foi se estruturando de forma mais profissional e começa a surgir à figura do artesão, que por sua vez implanta a relação entre o mestre e o aprendiz. Paralelamente a estas transformações do trabalho, a comunicação também foi evoluindo. Era importante que o aprendiz tivesse uma relação peculiar com o mestre, e pudesse extrair de seus ensinamentos e processos produtivos a melhor forma de entendimento para a sua evolução no aprendizado. Em seguida foram criadas as guildas, onde os artesãos se organizavam pela sua característica profissional. Os artesãos dentro destas organizações podiam trocar informações entre si e estabelecer alguns dos primeiros padrões profissionais. Com a revolução industrial o trabalho se mecanizou e, durante algum tempo o homem foi caracterizado como uma engrenagem, apenas mais uma peça de um sistema maior. As idéias de Taylor aplicadas e também desenvolvidas por Ford reduziram a comunicação dentro do ambiente de trabalho a níveis mínimos. Era importante apenas que o operário entendesse a sua tarefa e a repetisse ad eternum. Mas já a partir do primeiro quarto do século XX isto começou a se modificar. A abordagem humanística do trabalho começou a identificar no ambiente organizacional uma nova variável psicológica. O operário, enquanto parte da organização, não deixa de existir como um ser social. E mais do que qualquer outro fator, este fator social tem influência direta no resultado da produção. Assim, a forma como os operários se comunicavam e conseqüentemente interagiam, de modo verbal ou não verbal, acabavam por constituir padrões informais de produtividade. Foi a constatação de que o operário, mesmo quando tratado como uma peça, acaba por interagir com os outros e formar uma equipe. E nas equipes a comunicação entre os seus membros será a amálgama que irá moldar o desenvolvimento da própria equipe e seu desempenho nas tarefas produtivas.

Com as transformações que o desenvolvimento tecnológico proporcionou a comunicação se expandiu grandemente. Dos sinais de fumaça e tambores, passando pelas variadas formas de correio escrito, pelo telégrafo, o telégrafo sem fio de Marconi, o telefone de Graham Bell, o cinema dos Irmãos Lumière, as primeiras transmissões de rádio e televisão, o sistema Intelsat, o computador pessoal, o telefone celular, a Internet, o telefone via satélite e os atuais recursos multimídia. O homem do século XXI dispõe de uma vasta gama de ferramentas de comunicação. Mas para que ele se destaque no atual e ultra competitivo ambiente corporativo é preciso dominar de forma hábil e equilibrada todos estas ferramentas e suas variadas linguagens.
Para poder se destacar e aproveitar melhor as oportunidades do mercado de trabalho o homem atual deve não só ter estas habilidades como ser capaz de demonstrá-las. No ambiente corporativo atual, principalmente nas empresas mais modernas, a capacidade de comunicação dos funcionários é vista como essencial, ou quase primordial. Para que uma pessoa esteja hoje em dia inserida de forma plena no mercado de trabalho ela vai ser avaliada de forma constante quanto a sua capacidade de comunicação. E se comunicar não significa apenas saber o que dizer. Significa também avaliar o mundo a sua volta, buscar as visões das múltiplas realidades que nos cercam e criar nesta multiplicidade uma trama que vai constituir a realidade individual de cada um. Se comunicar de forma plena implica em se comunicar também com a sua realidade interna, se compreender e identificar os estímulos motivadores que nos levam a tomar as nossas decisões diariamente. Quando nos percebemos desta maneira podemos elevar o nosso nível de comunicação com os outros, pois temos muito mais clareza de nossos propósitos e desta forma fica muito mais fácil transmiti-los. Esta percepção nos permite entender que a comunicação pertence muito mais ao receptor do que ao transmissor. É na compreensão de outrem que reside a elevação da qualidade da comunicação. Devemos estar preparados para aceitar que, independente da intenção, o resultado da comunicação é a reação obtida.

Então, além de buscar a nossa realidade interna devemos fazer ainda mais um exercício: buscar a realidade interna do outro, e desta forma adaptar a transmissão de nossa intenção ao entendimento do destinatário. Elevando estes níveis eventualmente é possível chegar ao que os psicólogos chamam de rapport, que é o estabelecimento de uma abertura para um canal direto de comunicação entre indivíduos.

Ao perceber que o seu maior patrimônio são os seus funcionários, as empresas estimulam e procuram desenvolver cada dia mais o potencial e as habilidades de comunicação de seus colaboradores. E para que o potencial destes funcionários seja desenvolvido e percebido é necessário que estas pessoas consigam expressar de forma clara as suas idéias e argumentos. Aperfeiçoar e desenvolver os seus potenciais nos processos de comunicação é a chave para levar o indivíduo a alcançar a sua tão desejada posição de destaque no mercado de trabalho.

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