quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O Homem do Século XXI – Parte 2


O refinamento tecnológico veio acompanhado de evoluções em vários setores, na educação, na medicina, na psicanálise, entre outras. A Ciência assumiu o seu papel de pedra fundamental da estrutura de poder e do estado, papel esse que já tinha sido ocupado pela religião. Os valores também mudaram e os ideais de “sucesso” e acumulação de bens foram crescendo. A queda do muro de Berlim e o fim da União Soviética consagraram de vez o capitalismo e os Estados democráticos e neoliberais. No entanto, a globalização e o livre fluxo de capitais começaram a mudar esta configuração. E a recente crise mundial iniciada nos EUA com a derrocada das sub-prime mortgages chacoalhou mais ainda o mundo!
O indivíduo que por algum tempo confiou no Estado, no Mercado e na lógica capitalista para se desenvolver e, na ciência como a resposta para os seus males, começa a perceber que estas instituições já não mais cumprem o papel que delas se espera.
Todos os parâmetros que lentamente se desenvolveram ao longo da revolução industrial e que se aperfeiçoaram para culminar nas relações de trabalho modernas regulamentadas pelo Estado, incluindo aí o bem-estar social e a regulamentação das relações entre patrão e empregado, já não servem mais para este século que se inicia.
O trabalho que anteriormente estava muito ligado à produção de bens e máquinas se deslocou para a produção de idéias e conceitos. Também a prestação de serviços que não envolvem a produção de bens cresceu enormemente. O próprio progresso e as idéias desenvolvimentistas devem ser revistas sob a ótica do equilíbrio social e ambiental.
O crescimento da consciência ambiental é essencial para a sustentabilidade da humanidade do século XXI. Não podemos mais produzir montanhas de lixo e depois simplesmente criar mais um aterro sanitário.
A água potável será mais valiosa do que qualquer outra coisa e devemos encarar a questão de como iremos administrar os nossos recursos hídricos. As soluções existem e a tecnologia pode nos ajudar ao invés de nos atrapalhar.
Mesmo a forma como nos comunicamos e nos relacionamos se transformou. As exigências de individualismo e sucesso e a ascensão da mulher no plano profissional geraram grandes mudanças na própria família, a célula-mater do estado organizado política e socialmente. O que pode esperar então este ser humano que encara o novo século com tão poucas estruturas sólidas para se apoiar?
Ele já sabe que deve mudar para se acomodar na superestrutura econômica-política-social que irá surgir, mas não sabe de que maneira seus papéis sociais se apresentarão. Estas relações ainda estão sendo criadas e o próprio processo de transformação se encarregará de forjá-las.
Podemos apenas intuir os caminhos que podem ser trilhados por este novo homem e como todo exercício de futurologia tentar sempre estar visualizando mais de uma ramificação que pode ser percorrida pelas posteriores gerações.

2 comentários:

  1. Revisão de valores, diria. E dos mais íntimos, incoscientes até, diria. Sem elas, nada feito, nada muda, nada a acrescentar.Coisa que provocas aqui, em teus textos...

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